1977 Maresa JACK'S OPEN

Esta máquina foi uma das 3 Maresas com que fiquei quando fechou o Salão Luna em Coimbra. Já em tempos falamos deste salão e de como fiquei fascinado ao ver em pleno ano 2000 um salão ainda a funcionar com máquinas EM


Na altura em que o salão fechou, o dono propôs-me ficar com as máquinas, mas apenas fiquei com as Maresas, Jack's Open, Royal Flush e Centigrade 37.
Esta máquina é um clone da Gottlieb com o mesmo nome e do mesmo ano, apenas diferindo desta na forma da backbox (a Gottlieb é em forma wedgehead e a Maresa é quadrada).
É uma das ultimas EM's e seguramente uma das ultimas de 1 jogador, que tanto aprecio. A Maresa tem uma vantagem sobre a Gottlieb pois o seu playfield é o típico em acrílico e portanto "sem fim". Está impecável.
Este exemplar tem o "lettering" em espanhol, mas curiosamente, no salão tinha uma outra igualzinha mas em inglês, só que em muito pior estado (é a que se vê na foto acima).
Esta até nem está em muito mau estado e não prevejo um restauro muito demorado.


O backglass é um bocadinho "surrealista", ao estilo de outros Gottlieb da época, como por exemplo a HIGH HAND / CAPT. CARD


O interior está francamente sujo! E vou começar por aí

Fantástico EM_PinballArcade, mais um restauro. Por esses lados é só vontade .
Vou já preparar o balde da pipoca e a bela da Seven Up para poder apreciar em condições mais um restauro hehe.

Só uma pergunta de um apaixonado que percebe muito pouco.
Mas as máquinas que estão na primeira foto são todas espanholas?
Quanto ao restauro vou me juntar ao White Spot nas pipocas e Seven Up

São todas espanholas, mas algumas são versões espanholas de máquinas americanas (Da Gottlieb).
Da esquerda para a direita temos a TASTY SAMBA da Inder, JACKS OPEN da Maresa (cópia da Gottlieb do mesmo nome), LUCK SMILE da Inder, ROYAL FLUSH da Maresa (cópia da Gottlieb sendo a versão de 1 jogador - a Gottlieb era de 4), CENTIGRADE 37 da Maresa (cópia da Gottlieb do mesmo nome) e finalmente a LARAMIE da Maresa (cópia da Gottlieb FAST DRAW ou QUICK DRAW).

Ok

O que as Maresas tem a mais na qualidade dos playfields têm a menos na qualidade das caixas. São feitas em aglomerado de madeira (vulgo Tabopan) e algumas partes desfazem-se com alguma facilidade (principalmente na frente, onde leva a porta do moedeiro).
Pior do que tudo é o fundo da máquina, que é feito numa especie de cartão prensado de muito má qualidade, que fura ao mínimo esforço. Assim, o primeiro passo foi fazer um fundo novo:




De resto, esta máquina está bastante boa, pelo que depreendo não teve muito uso. Caso contrario e face á baixa qualidade da caixa, estaria muito pior.

Eu tenho que confessar que para mim, apesar das EMs não terem tanto jogo como as SS, são tão lindas ou mesmo mais lindas que as SS. Claro que gostos não se discutem.

Não gosto de máquinas espanholas mas essa jack open da maresa têm um backglass lindo.

Não sabia que havia uma centigrade 37 espanhola. Estes espanhóis são lixados a fazer cópias...

Realmente a dada altura, alguns fabricantes espanhois deixaram de fazer modelos próprios (acho que terão começado em 1967 ou 68 quando a PETACO copiou a KING OF DIAMONDS com o nome REY DE DIAMANTES). Quase todas as máquinas da Gottlieb e mesmo uma ou outra Williams foram copiadas. A MARESA copiou quase todas as Gottlieb de um jogador a partir de 1970 e a SEGASA copiou algumas Williams. Nem mudaram os nomes como os portugueses faziam com as máquinas espanholas.
Para mim, as espanholas mais "coleccionáveis" são de facto as MARESA.

Plenamente de acordo,existe muita procura pêlos modelos que a Maresa fabricou.
alguns dos nuestros irmanos até preferem o modelo fabricado pêla Maresa em vês dos originais fabricados pêla Gottlieb.

De acordo Fernando. Aliás o que demonstra a grande diferença entre mercados e as respectivas cotações de máquinas. As máquinas espanholas não valem nada em lado nenhum, e em Espanha têm muito mais valor do que as originais de onde foram copiadas. Os espanhois dão pequenas fortunas por uma Maresa Centigrade 37 e já ao lado em França não têm qualquer valor comparadas com a original da Gottlieb.

A isso se chama Patriotismo ou será Nacionalismo...

Creio que nem Patriotismo, nem Nacionalismo, mas sim Colecionismo

Existiram outros fabricantes de flippers, noutros países, como por exemplo, a Taito no Brasil e a Zaccaria em Itália, e o fenómeno também se repete aí. Os colecionadores começam a adquirir máquinas desses fabricantes, porque são mais fáceis de encontrar e depois com o tempo elas vão rareando e aumentando de preço, ao mesmo tempo que têm peças de coleção dificilmente encontradas noutros países.

É o que eu estou farto de dizer mas ninguém parece que quer crer.

Arnaldo escreveu:

Creio que nem Patriotismo, nem Nacionalismo, mas sim Colecionismo

Existiram outros fabricantes de flippers, noutros países, como por exemplo, a Taito no Brasil e a Zaccaria em Itália, e o fenómeno também se repete aí. Os colecionadores começam a adquirir máquinas desses fabricantes, porque são mais fáceis de encontrar e depois com o tempo elas vão rareando e aumentando de preço, ao mesmo tempo que têm peças de coleção dificilmente encontradas noutros países.

De acordo Arnaldo, mas há ainda um aspecto que entra muito em conta que é o nostalgico. Os espanhois gostam de recordar as máquinas em que jogaram (aliás acho que como quase todos nós) e as que eles tinham eram quase exclusivamente as máquinas de produção nacional. O que é engraçado é que muitos espanhois nem sabiam que muitas delas são cópias de originais americanos.

É verdade EM, comprar a máquina em que se gastou umas moedas e se passou tanto tempo a jogar, é quase sempre o factor mais importante na compra da 1ª máquina.
A partir daí, a conversa é outra.

Mais um pequeno passo no restauro desta máquina, com a inevitável pintura da frente. Infelizmente não tirei fotos ao estado em que estava antes, mas estava pouco melhor que aquela que se vê na primeira foto (do Salão Luna - a máquina não é a mesma).
O estado da frente não estava condizente com os laterais que estão em muito bom estado, apenas com alguns dos tradicionais "riscos" mas que facilmente podem ser disfarçados.
A pintura "esbateu" ainda um bocado para o lateral (nota-se na zona abaixo do botão de flipper) pelo que, para finalizar ainda deverá levar uns retoques e depois um polimento por todo.
De qualquer modo, estou satisfeito porque, mais uma vez, consegui uma proximidade bastante grande das cores com as originais, não necessitando de pintar a máquina toda.
O aglomerado de madeira depois de estar velho, é mesmo levado da breca para restaurar. Toda a frente se desfazia aos bocados e tive de ir encaixando os pedaços e colando como se fosse um puzzle. Mas ficou direita e bem resistente.

Mais uma maravilha a renascer das mãos do EM. Parabéns, é uma máquina muito bonita.

Está a progredir no bom caminho como não poderia deixar de ser EM_PinballArcade .

Após um interregno no restauro, devido às férias e alguma pouca vontade, cá volto à Jacks Open.
A caixa já está pintada faltando apenas uns pequenos retoques de riscos na lateral. O resultado da pintura da frente e retoque na zona por baixo dos botões de flippers ficou bastante satisfatoria.



A placa dos circuitos também ficou bastante razoável após uma desmontagem total e lavagem com desengordurante KH7 e jacto de mangueira. Foi a primeira vez que utilizei este método, mas é bastante eficaz. Depois, uma tarde de sol intenso para secar tudo e cá está:


O xilofone


A máquina hoje á tarde na "banca de ensaios". Já funciona e já joguei nela toda montada para experimentar. A Gottlieb era famosa pelos jogos com temas de cartas e são dos jogos que mais gosto (embora não perceba nada de jogos de cartas ). Esta realmente é bastante cativante pelo jogo. Se repararem no tabuleiro, há um objectivo de upgrade no centro, atraves do abate das drop targets. O primeiro, em baixo são apenas dois J (Jacks). Depois passa para um segundo com 3 Q (queen) e por aí fora até acender o Especial.




O próximo e ultimo passo será a revisão total do playfield.
Brevemente espero voltar com novas fotos e desenvolvimentos.

Ficou excelente como sempre EM_PinballArcade .

AWESOME

Ajoelho-me em frente de tanta mestria

Agora vem aqui uma carga de trabalhos. Embora o playfield esteja excelente, visto er feito de acrilico, esta muito sujo entre as duas partes (a madeira e o acrilico) como se pode ver. Provávelmente oleo e fumo das lâmpadas ou assim que se entranhou ao longo dos anos pelas frestas.




Vou ter de o desmontar todo para retirar o acrilico e limpar por baixo. Como já tinha de desmontar tudo de quqlquer maneira para o limpar por cima e polir, não é muito mais dificil separar as duas partes.

O banco de drop-targets. Estão em muito mau estado e uma partida.


Porem já tenho um set novinho em folha para substituir. Dizem que dá um trabalhão daqueles, mas tem de ser e vai valer a pena.


Como tambem se pode ver no playfield, o plastico central, por trás das drop targets não é obviamente original. É feito com algum pedaço de backglass em acrilico que não consigo identificar.
Também aqui, já tenho um set novo em folha para substituir. Como não existe da Maresa, vai mesmo o da Gottlieb que é exactamente igual. E não é reprodução. É mesmo NOS.


Por agora é tudo. Assim que separar as duas partes do playfield volto com novas fotos.

EM_PinballArcade ao separares as duas partes do playfield alguma da tinta não virá agarrada ao acrílico?

Não, de maneira nenhuma. O acrilico é serigrafado por tras e não está colado à madeira. Apenas pousado e aparafusado com toda a tralha que está em cima do playfield. A parte de madeira é um autentico playfield white wood como os de testes dos pinballs novos. Aliás, neste momento até já estão separadas ambas as partes e está tudo bem. O acrilico tem uns 6 mm de espessura, não é nada como aqueles mylar que trazem tudo agarrado.
Este tipo de playfield até dispensa os inserts porque tudo que é iluminado no playfield é serigrafado por trás. É mesmo um sistema engenhoso e altamente durável. Não sei como os americanos não utilizaram nas suas máquinas. Aquilo não tem fim...