Fabrico de plásticos "caseiros"

Olá a todos,

Deixo aqui o método utilizado e aprovado para o fabrico de "plásticos" planos, que pode ajudar em situações diversas.
Neste caso específico optei por fabricar 2 "plásticos" para a Revenge from Mars, não pelo facto de se tratarem de "plásticos" que não se encontrem à venda, mas pelo facto de se tratarem de 2 "plásticos" nesta máquina que se partem com bastante facilidade. Optei então por fabricar uns um pouco mais resistentes.
Para a execução das peças utilizei Policarbonato Compacto, pelo facto de ser inquebrável, factor principal para a escolha, mas também pelo facto de ser bastante bom para ser trabalhado com máquinas de corte tipo: serras rodeadoreas, fresas, laser, jacto de água, etc...
Pode ainda ser, quinado e termomoldado. Também aumentei em 1mm a espessura, sendo o original de 2,3mm (não existe na europa), e o novo de 3mm de espessura. (opcional, o Policarbonato existe a partir de 1mm de espessura)
Para este processo é também necessário o uso de software de desenho vectorial e tratamento de imagem.
Vamos então começar.

1 - Partindo da peça original, faz-se um scanner da mesma para se poder obter tanto o fomato da peça como a sua imagem.


Por razões de formato, não é possível apresentar aqui, todo o trabalho de reconstrução da totalidade da peça, bem como o tratamento da própria imagem.
Peça original.


2 - Após a reconstrução do contorno da peça, passamos à execução de uma nova. O método utilizado foi o de corte a fresa CNC, mas também pode ser impresso em papel, desenhado no Policarbonato e recortado com uma serra rodeadora.
Reprodução.


3 - Depois de alguns acertos na imagem, esta tem de ter a melhor qualidade possível para se obter os melhores resultados, varios factores podem influenciar, qualidade do scanner, estado da peça velha, etc...
Faz-se a impressão final. O material utilizado é uma pelicula transparente com adesivo, para se poder imprimir através do método "mirror view", assim a impressão irá ser aplicada na parte debaixo da peça, mantendo o aspecto original através do método de serigarfia directa.
Este material pode ser adquirido em lojas de artigos para escritório e é conhecido como etiquetas tranparentes, vêm em folhas A4 e tem um "toque" um pouco idêntico ao Mylar, não sendo no entanto da mesma espessura, mas anda lá perto.
Podem também ser impressos nas convêncionais impressoras de jacto de tinta.

http://www.staples.pt/Produto.aspx?id=18349

Impressão.


4 - Após a impressão e algum tempo de secagem, aplicamos por cima uma camada de vínil branco, de preferência translúcido, no caso de serem plásticos que fiquem por cima de lâmpadas.

Aplicação de vinil em sobreposição.


Nota:
Aspecto da película impressa, como podem ver, é o fundo branco que realça as cores, tal como nos plástico originais, têm todos uma camada de branco a finalizar a impressão. Neste caso o branco que se vê é o próprio papel de suporte que se tira para colar a impressão.


5 - Podemos então agora colar a impressão na peça de policarbonato, como imprimimos no método "mirror view" a impressão vai ser aplicada nas costas do policarbonato, podemos assim desta forma, dependendo das qualidades de imagens e etc. obter peças de aspecto final, muito idêntico ao original, o mesmo só não acontece porque o método nada tem a ver. Mas o resultado é excelente e teremos sempre solução para aquelas peças que já não se encontrem. Nota-se uma ligeira diferença na tonalidade dos vermelhos, mas o mesmo tem a ver com o flash da máquina que torna esta diferença perceptível.

Peça acabada.



Costas.



As duas peças acabadas. A pequena, já se pode considerar de difícil aquisição. Pelo menos até à data não haveria nenhuma à venda nos diversos pontos da especialidade que conheço.


Espero que seja útil e que resolva alguns problemas na aquisição de algum material.

Abraço a todos.

Grande tutorial Vtec .

No entanto não sei se percebi a parte do aplicar o vinil branco translúcido .
As tais "etiquetas" são transparentes, certo?
Essas "etiquetas" só colam de uma lado, certo?
O vinil branco é autocolante e colas de um dos lados certo da etiqueta, certo?
Depois colas a "etiqueta" no acrílico, certo?

Se for assim, afinal acho que percebi a coisa, mas inicialmente estava-me a fazer um bocado de confusão hehe.

Muito bom mesmo. E util. Só não sei que tipo de serra é usada para ficar com arestas tão perfeitas. Eu por acaso conheço uma pessoa que tem uma fábrica de artigos em acrílico e geralmente recorro à ajuda dele para fazer as peças. Levo apenas o molde em papel ou cartão e ele faz-me a peça perfeita. De qualquer modo é sempre bom saber e poder fazer as coisas "at home".

Eu apostaria por corte a laser para não haver qualquer tipo de vestígio de corte nas laterais do acrílico.

As manchas vermelhas e pretas não ficaram iguais, mas numa situação em que não existe nada no mercado, esta solução é perfeita.

Convém sempre referir que sou um purista e perfeccionista.

@EM - Podia colocar aqui um exemplo duma peça que foi reproduzida, para vermos a sua qualidade, bem como a informação sobre a empresa que faz esse trabalho e preços ?

Overkilll agora que mencionaste a parte das manchas que não são idênticas, também se pode verificar que o rebordo preto não aparece num dos lados. Não sei se foi apenas uma falha / defeito do processo mas numa vista menos minuciosa passa perfeitamente despercebida essa diferença.
Agora claro que se formos observar a máquina à lupa ou com olhos de águia acaba-se por se notar essas pequenas diferenças.
Seja como for essas pequenas e quase imperceptíveis diferenças em nada inviabilizam ou desprestigiam o excelente trabalho efectuado Vtec.

Olá a todos,

É isso White_Spot, duas camadas de vínil, uma por cima da outra e o transparente cola na peça.
O corte neste caso foi feito, numa fresa CNC, em tudo idêntico a uma máquina de corte laser, mas trabalhando com uma fresa (tipo de broca) que corta por desgaste do material, o laser também é valido ficando até o corte final já com acabamento sem necessidade de ser polido.
Temos ainda a serra de recorte o vulgar tico-tico, existe umas lâminas muito finas que permitem fazer cortes em curva na perfeição, mas é claro que aqui a mão também conta.
Em relação às imagens, como disse, é necessário que a fonte (peça velha, neste caso) seja de boa qualidade, mas aqui é uma coisa que com a evolução do hobby talvez se consiga dar a volta, por exemplo se houvesse por aí alguém que tivesse uma RFM e tivesse os plásticos em questão, em bom estado, com uma foto tirada na resolução máxima, o resultado seria igual à origem, gostaria de salientar que a peça mais pequena foi completamente inventada, tanto em forma como em imagem, fica o apelo para as imagens.
No caso das EM's, é limpinho, visto que a maior parte das imagens nestas máquinas são vectoriais, traços com preenchimentos uniformes sem gradiantes, aqui é só aproximar ao máximo a cor original.
EM_PinballArcade, provavelmente onde manda fazer os seus plásticos, utilizam um método idêntico ao apresentado a nível de corte.
O método está apresentado, agora mãos à obra.

Sinceramente, não sei como é feito o corte das peças, pois nunca assisti. Mas é uma empresa do ramo dos acrílicos e com tecnologia muito actual. As peças ficam impecáveis. No entanto, lamentavelmente não tenho nenhum exemplar terminado, pois as unicas que mandei fazer, para uma North Star (Gottlieb de 1964) e uma HI Diver (Gottlieb de 1959) acabaram por não ser necessárias dado que encontrei uns originais no eBay, que naturalmente preferi. Fiquei só com as peças em acrílico, sem qualquer imagem. O problema das EM's, principalmente das mais antigas e mais raras, é que por vezes não se encontram os originais para copiar.

Sequência de aplicação de camadas:

Pois, por vezes esse é o verdadeiro problema, nas EM´s ainda deve ser pior.

Vtec esse esquema veio tirar toda e qualquer dúvida que ainda tinha .

Olá a todos,

Este tópico não ficaria completo sem as peças aplicadas no lugar.
Fica aqui o resultado final.


Plástico grande, com uma pequena alteração em relação ao original, o disco voador
não está presente de origem, ficando a ligação do dome vermelho com a peça um pouco mal.
Como tinha 2 discos a mais... penso que fica assim desta forma tudo mais armonioso e tem tudo a ver com
o tema da máquina.



O plástico mais pequeno, penso que não andará muito longe do original.

Eu para tentar manter a maior fiabilidade de cores utilizo pantones
Atraves deste site podem ver as correspondencias.
http://www.d-zignsinc.com/view/pantone.html

A nível de fiabilidade de cores, uso fisicamente a carta de cores Pantone, para uma aproximação exacta da cor, tenho também Ral, e NCS, faço uma impressão de prova e comparo com a cor do Pantone pretendida, é quase sempre necessário fazer alguns ajustes...
Através do monitor é preciso ter o mesmo muito bem calibrado para conseguir a representação de cor real, o que nem sempre acontece devido a factores externos, luminosidade da sala, temperatura, cansaço da própria vista, etc...

Isso mesmo, e mesmo as proprias impressoras e o tipo de papel nem sempre aceitam bem a cor do pantone.

gostei muito deste metodo, penso que deve de servir tambem para um backglass para o caso
de se dar um azar, claro que a impressao teria de ser feita numa impressora profissional talvez nas mesmas impressoras que se costuma utilizar para o vinil para decoraçao/publicidade em viaturas, etc...

Ganda post!